O BLOCO CENTRAL ESTÁ BEM E RECOMENDA-SE




O mau aconselhamento feito a Luis Montenegro na forma do infeliz  "não é não" e do recente posicionamento dúbio sobre um assentimento para a eleição do Presidente da AR (PSD) e de um vice- Oresidente do CHEGA (há quem assegure que tal se deve também e sobretudo a pressões de Luís Marques Mendes e Cavaco Silva), resultou numa atitude ínvia, pouco precisa e não assumida do PSD, em relação aquele eventual acordo, negado peremptóriamente nos últimos dias por alguns responsáveis da AD, designadamente pelo oportunista Nuno Melo que ao terminar o milionário emprego de deputado europeu, lá conseguiu pendurar-se como muleta do PSD, e continuar com as prebendas do regime no parlamento nacional.


Perante esta espécie de vergonha da AD em assumir um entendimento (mesmo que pontual com o CHEGA), André Ventura "atirou a toalha ao chão", para dizer, e bem: Então querem os nossos votos, mas não nos querem ouvir nem contemplar em qualquer tipo de negociação, desprezando o nosso pedido de entendimento para o efeito. 


Conclusão: não vale a pena fazer fretes aos partidos que vêem repartindo o poder há quase 1/2 século, com os resultados à vista, com sectores e serviços do Estado à beira do colapso, com aprofundamento de grandes injustiças sociais, bem como mecanismos de corrupção envolvendo governantes e respectivas empresas beneficiárias. 


Como hoje se viu PSD e PS já se entenderam, e bem, para assegurarem a eleição alternada do Presidente da AR. Poderão continuar a fazê-lo em sede parlamentar e governamental, para o que acharem útil na gestão conjunta do bloco central de interesses, fazendo de conta que não existe mais vida para lá dos partidos do centro, da esquerda e da extrema-esquerda, cujos dirigentes e militantes são diariamente apoiados, elogiados e mesmo idolatrados pelas televisões que temos, atraves dos seus jornalistas e comentadores avençados.


A propósito, considerando que muitos eleitores do CHEGA, seguramente são detentores de empresas e negócios que recorrem a publicidade paga nas televisões, e perante a insistência de tantos comentadores em continuar a apoucar e desconsiderar o partido CHEGA, representante de um milhão e duzentos mil portugueses, como um bando de proscritos que não têm direito a existir no quadro democratico constitucional vigente. Esses mesmos empresários, a meu ver, caso pudessem, deveriam deixar de comprar publicidade às estações de TV do regime (RTP, SIC e TVI/CNN), a quem interessa manter e receber as benesses dos governos do centrão de sempre, que há muito usufruem.

Talvez assim se começasse a perceber a necessidade de uma certa disrupção dentro do regime.

João Saltão


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