Em 2017 escrevi este texto. Passados sete anos, a realidade continua na mesma .... como a lesma.
A realidade traduzida na foto e que todos os figueirenses e visitantes infelizmente bem conhecem, constitui o corolário da incompetência e inépcia dos decisores políticos nacionais, regionais e locais, que ao longo dos últimos 50 anos, desbarataram o património urbano, social e económico da Figueira e do seu concelho. Como se sabe, o princípio do fim da Praia da Claridade, começou nos anos 60 com a construção dos molhes da barra/porto comercial. A descaracterização da praia e da cidade nunca mais parou, desde que a acumulação dos sedimentos arenoso junto do molhe norte, originou de forma progressiva, o aumento descomunal do areal da praia que nunca mais parou até aos nossos dias. O urbanismo especulativo de solos e cérceas, designadamente junto à avenida marginal, fez o resto. Hoje ninguém se atreve a frequentar a praia urbana, que já foi da claridade, dos banhos, rainha, da bola nívea, do relógio e das finas areias, não só pela enorme distância que medeia até ao mar, mas também pela paisagem e ambiência desoladora que ali e dali se vislumbra. Deixemos então os saudosismos serôdios e centremo-nos na realidade actual e sua contextualização.
Soluções como dragagens, projectos de by pass (como o apresentado e bem pelo grupo cívico SOS Cabedelo) ou outras soluções de engenharia hidráulica, visando o envio das areias para a margem sul, são competências do Governo e da Administração Central, pese embora a autarquia poder e dever fazer o necessário lobbing junto do poder regional e central, visando a implementação de projectos e estudos já realizados sobre esta matéria. Preencher o areal com equipamentos urbanos de benefícios discutíveis para os eventuais fruidores, poderá não ser uma prioridade, e muito menos uma solução estruturante. Sabe-se que o estudo de desenvolvimento estratégico (PDE 2014-2020), encomendado pelo actual executivo camarário à UC, não apresenta nenhuma solução sustentada para a minimização ou superação da monstrosidade criada. Agora que já se configuram as candidaturas às eleições autárquicas de Outubro, afigura-se importante colocar este tema na agenda, envolvendo as diversas candidaturas, especialistas, instituições competentes e os figueirenses em geral ....on verá !!!!
João Saltão
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