A
A persistente chuva de Outono cessou há pouco, e as calçadas de Lisboa, vistas assim em contraluz, são espelhos de múltiplos passos, destinos e infinitas histórias.
Histórias
como a nossa, tecida de palavras e de olhares, cumplicidades soltas nestes
momentos que sabem a destino, de tantas vezes… e de tanto o termos sonhado.
E
uma tarde de Outono faz-se um cais que abriga o mais perfeito dos encontros.
Eu
cheguei.
Sinto-o
no nosso abraço que despreza as solidões antigas, sinto-o no riso que aqui e
ali se nos solta como um eco do que a alma sente, sinto-o nos tantos beijos que
a hora nos pede e que nós cumprimos pelo benefício apenas de um olhar…
Sinto-o
numa inédita paz que me faz rogar a morte do tempo, e esse infinito querer de
fazer de ti a minha eternidade.
No
ar há hoje um quente aroma de castanhas assadas, há tímidos pregões nas
múltiplas línguas da gente que como nós vagueia livre pelas calçadas.
Em
Lisboa.
O
mais perfeito dos Outonos.
Eu
e tu.
Eu
já te disse que quando estou contigo qualquer hora tem sabor à mais doce das
alvoradas?
Por Joaquim Barreiros
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