Disse o espanhol Filipe II, ao tornar-se Filipe I de Portugal: "Portugal é meu porque o herdei, porque o paguei e porque o conquistei." Foi em 1580.
Hoje, se
pagar pagam todos os 120 mil espanhóis entrando em Lisboa, nem todos
podem conquistar a Catedral. A nobreza entra, os sem bilhetes, não.
Mas
quem é esse Filipe? Para perceberem com conceitos modernos, era uma
espécie de Jorge Mendes do antigamente, que ficou, ao juntar os dois
lados de Tordesilhas, senhor de um mundo onde o Sol nunca se punha.
Tal
como o citado Mendes é hoje o senhor dos passes dos do Real (Cristiano
Ronaldo, Pepe, Coentrão e Di María) e do Atlético (Diego Costa, Miranda,
Tiago e Adrián), onde os holofotes nunca se apagam.
Esse Filipe que foi
rei de Espanha e de Portugal, foi também rei de Inglaterra pelo
casamento com Maria Tudor, e foi rei de quase toda a Itália, incluindo
Milão. Se repararem, um percurso bastante parecido ao de José Mourinho, o
de Setúbal (sobre a qual marchara quase meio milénio antes, o duque de
Alba para conquistar o Alentejo para o citado Filipe).
São dados
avulsos, que vos sirvo grátis, para animar no café a conversa com
nuestros hermanos mais infelizes e sem bilhete. Entre uma e outra
imperial (seja hospitaleiro, diga caña), promova esse Filipe de II a I,
lembre que ele é filho de Isabel de Portugal e desminta o jornal ABC.
Dizia este, ontem: "Madrid, capital del fútbol." Mostre-lhe as ruas: "Es
Lisboa, coño.
Por Ferreira Fernandes in DN 24-05-2014
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