O FACEBOOK, OS "LIKES" E OS SEUS EQUÍVOCOS















O Facebook deu mais um passo nas relações humanas. Havia um drama com o famoso Like (gosto). Eu escrevia no Facebook que tinha ganho no euromilhões e os meus amigos dedilhavam Like. Para isso há mesmo um botão, enfim, estamos no mundo virtual, não é botão, botão, é um quadradinho a dizer Like.

E a minha alma derretia-se com os "gosto" dos meus amigos. Mas, lá está, surgiam situações estranhas. Era assim: eu escrevia que a minha tia-avó tinha morrido. E apareciam vários Like dos meus amigos... Que teria feito a tia Aurora para tão mal lhe quererem?! Calma, acontecera tão-só que o botão era único e, sem tempo de me escreverem uma mensagem (já nem digo de irem ao enterro), os meus amigos não queriam que eu pensasse que em hora tão triste me deixavam sozinho. Daí terem carregado no único botão comunicacional disponível, o tal Like... 

Isto de sentimentos nunca é simples, o Deus castigador do Velho Testamento precisou de milénios para passar ao Deus que perdoa, no Novo. Também o Facebook começa a pensar acasalar o velhinho Like com outro botão que garanta que os nossos amigos estão connosco sem, por isso, parecer que batem palmas. E vão chamar-lhe Sympathise. Em inglês podemos traduzir sympathise com o sofrimento de um amigo, quer dizer que estamos com ele. Em português, receio que o novo botão vai causar alguns cortes de relações.

A solução não é, como já li, traduzi-lo para "Empatia". É ir ter com o amigo e dar-lhe um abraço.

Por Ferreira Fernandes no DN de hoje.

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