A GEOMETRIA DAS CONVICÇÕES IDEOLÓGICAS



































Na sequência do "post" anterior um amigo escreveu-me a seguinte mensagem:
"Coño que revolucionário estás …. esse coraçãozinho liberal e capitalista está a virar à esquerda?", ao que respondi: 
Amigo para te dizer a verdade, ao longo da minha vida de atenção às coisas do mundo e da Mátria, vulgo Pátria, depois de viver os anos de infância/adolescência formatado e (des)educado (sem apelo nem agravo) pelo pensamento dominante do Estado Novo, depois de ter vivido os eflúvios embriagantes da Revolução de Abril, e do que se lhe seguiu (sempre à esquerda), de ter iniciado o meu processo de aburguesamento no centro-direita e contagiar-me pelo neo-liberalismo da moda, heis que vi desmoronar a base do meu pensamento geo-político subjacente às ideias e às praticas do "establishment" global, europeu e nacional, que, em última análise, fez com que mandasse literalmente à merda, as direitas, as esquerdas e os centros de paz podre do nosso descontentamento, cujos protagonistas fizeram desta terra, uma terra desgraçada e quase sem esperança.
Felizes dos que têm vida (existencial/emocional) para além desta "apagada, vã e vil tristeza (como penso ser o nosso caso), porque deles é o reino da salvação.
Ai se fosse mais jovem, seguramente emigraria como os actuais lúcidos qualificados e não acomodados. Sendo sénior, poderei ainda fazê-lo "à mi manera", isto é, no regime das itinerâncias que dão corpo ao denominado envelhecimento activo.

João Saltão

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